Transtorno do Espectro do Autismo

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos. Esses sintomas configuram o núcleo do transtorno, mas a gravidade de sua apresentação é variável. Trata-se de um transtorno pervasivo e permanente, não havendo cura, ainda que a intervenção precoce possa alterar o prognóstico e suavizar os sintomas. Além disso, é importante enfatizar que o impacto econômico na família e no país, também será alterado pela intervenção precoce intensiva e baseada em evidência.

Comunicação diagnóstica e amparo familiar

O estabelecimento de um vínculo entre o paciente, a família e o pediatra é muito importante no momento da revelação diagnóstica, visto que a qualidade das informações pode repercutir positivamente na forma como os familiares enfrentam o problema, encorajando-os a realizar questionamentos e a participar das tomadas de decisão quanto ao tratamento.

Uma ferramenta importante da qual o pediatra pode lançar mão é o kit dos “100 Primeiros Dias” disponível em “www.autismspeaks.org”. Esse documento oferece às famílias informações necessárias a partir do diagnóstico para que possam se apropriar do conhecimento sobre TEA e ter uma forma de esclarecimento para a maioria das dúvidas do dia a dia que não conseguem ser esgotadas durante as consultas.

As famílias também poderão acessar o site “www.autismo.institutopensi.org.br” nas ferramentas de apoio, que disponibiliza vários manuais para download, como: estratégias para conduzir o sono, o uso do banheiro, cuidados com os dentes, orientações para inclusão escolar e outras informações. O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, fornecendo suporte emocional à criança e familiares.

O tratamento padrão-ouro para o TEA é a intervenção precoce, que deve ser iniciada tão logo haja suspeita ou imediatamente após o diagnóstico por uma equipe interdisciplinar.

Prognóstico e considerações finais

Segundo a literatura, o TEA não tem cura. Entretanto, as descobertas da Neurociência e as terapias de intervenção precoce podem apresentar resultados de ganhos significativos no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças. Quanto mais precoce a detecção das alterações no DNPM, maior a capacidade de organização neural através da neuroplasticidade e potencial de mielinização cerebral, uma vez que nos primeiros anos de vida que a formação sináptica apresenta maior velocidade e resultados satisfatórios. Além disso, a estimulação precoce aproveita o período sensitivo determinado pelas janelas de oportunidades no cérebro da criança. Conclui-se que, de forma precoce e intensiva, é possível formar as redes neurais que servirão de base da arquitetura cerebral da criança, moldan- do a tendência genética através da epigenética, com resultados de indivíduos mais capacitados, com seu potencial máximo aproveitado e com qualidade de vida.


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